Com rotinas cada vez mais dependentes do celular, cerca de 675 brasileiros se arriscam todos os dias ao utilizar o aparelho enquanto dirigem, o que significa que, a cada hora,…
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Com rotinas cada vez mais dependentes do celular, cerca de 675 brasileiros se arriscam todos os dias ao utilizar o aparelho enquanto dirigem, o que significa que, a cada hora, 28 condutores negligenciaram a atenção ao volante, reforçando uma das principais causas de sinistros de trânsito no Brasil. O alerta é da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), que no Maio Amarelo traz orientações sobre esse tipo de infração e uma análise sobre os dados do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf) referentes ao ano de 2021.
Por ocasião Maio Amarelo, a Abramet preparou a campanha Toque pela Vida, para contribuir no esforço de prevenção ao sinistro de trânsito e conscientização da sociedade sobre a responsabilidade de cada cidadão na construção de uma mobilidade saudável e segura.
“Os números refletem parte um problema que deve ser enfrentado por todos. Possivelmente o número de pessoas que utilizam o celular na direção é muito maior, o que nos leva a reforçar a necessidade de maior conscientização e engajamento da sociedade para que possamos reduzir os sinistros e preservar vidas no trânsito”, afirma Antonio Meira Júnior, presidente da entidade.
Mesmo sabendo que dirigir exige do condutor a atenção totalmente dedicada ao trânsito, é comum flagrar motoristas falando ao telefone, utilizando aplicativos de mensagens ou mesmo acessando redes sociais enquanto trafegam em vias de todo o país. O que a maioria não percebe, ou ignora, é que essa falta de cautela põe em risco sua própria integridade e de todos aqueles que compõem a dinâmica do trânsito.
O levantamento divulgado pela Abramet mostra que, em todo o País, pelo menos 250 mil condutores foram flagrados utilizando o celular no trânsito em 2021, colocando suas vidas e de outros em riscos. Entre os estados brasileiros que se destacam por acumularem os maiores números desse tipo de infração, São Paulo lidera concentrando mais de 37% dos registros nesse período, com 91.362 ocorrências. Em seguida vêm os estados de Minas Gerais e Goiás, com 30.843 e 16.971 infrações contabilizadas, respectivamente.
Confira abaixo as infrações por Estado:
Além do perigo de provocar sinistros graves, inclusive gerando vítimas fatais, o uso do smartphone na direção é uma infração de natureza gravíssima. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), aquele que for flagrado pelas autoridades de trânsito segurando ou manuseando o celular enquanto dirige, terá que desembolsar R$ 243,47 em multa, além de ganhar sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação.
A campanha Toque pela Vida terá duração de um ano, destacando os principais fatores que influenciam na segurança e na saúde dos condutores: uso do celular, consumo de álcool e drogas, excesso de velocidade, uso do cinto de segurança, “cadeirinha”, capacete, sono, saúde do condutor e condições do veículo.
“Ao apoiarmos o Maio Amarelo, damos mais uma contribuição para este debate, chamando a atenção da sociedade para a necessidade de prevenção e alertando para alguns fatores de risco de sinistro, entre elos o uso do celular”, acrescenta Meira Júnior. Pesquisas mapeadas pela entidade indicam que o telefone celular é o responsável por quase 50% das atividades que resultam em Falha de Atenção ao Conduzir (FAC).
Os riscos associados ao uso do telefone celular ao volante têm sido acompanhados pela Abramet: atenta ao aumento dos sinistros decorrentes deste descuido, a entidade preparou uma diretriz com o objetivo de avaliar os riscos da condução veicular falando ou escrevendo ao celular e para propor medidas que reduzam os sinistros de trânsito.
A nova diretriz traz um panorama atualizado sobre a chamada Falha de Atenção ao Conduzir (FAC), qualificação técnica para o desvio da atenção do motorista que, entre outros fatores, inclui o uso do telefone.
“Celular e direção não combinam de jeito nenhum e esses sinistros podem, e devem, ser evitados”, afirma o dr. Flávio Emir Adura, diretor científico da Abramet que lidera o grupo de especialistas que estudou o assunto. “É preciso maior conscientização do condutor sobre isso, ter clareza de que ao usar o telefone enquanto dirige está colocando sua vida e dos demais usuários do trânsito em alto risco”, acrescenta.
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