RESUMO POR IA O mercado automotivo brasileiro registrou crescimento em 2023, com 356,2 mil veículos licenciados no primeiro bimestre (melhor resultado desde 2020), impulsionado pelo Carnaval em março e alta de 39% nas vendas diretas. No entanto, as taxas de juros recordes (29,5% no financiamento) preocupam, mesmo com inadimplência baixa (4% para pessoas físicas). O […]
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O mercado automotivo brasileiro registrou crescimento em 2023, com 356,2 mil veículos licenciados no primeiro bimestre (melhor resultado desde 2020), impulsionado pelo Carnaval em março e alta de 39% nas vendas diretas. No entanto, as taxas de juros recordes (29,5% no financiamento) preocupam, mesmo com inadimplência baixa (4% para pessoas físicas). O presidente da Anfavea alerta que a Selic, hoje em 13,25%, pode subir mais e impactar o varejo, enquanto busca diálogo com bancos via Febraban para reduzir o custo do crédito e sustentar o crescimento.
Apesar do crescimento expressivo nas vendas de veículos no primeiro bimestre de 2023, o setor automotivo enfrenta um desafio crítico: as taxas de juros em patamares históricos, que ameaçam frear o ritmo positivo nos próximos meses. O alerta foi feito por Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), durante a divulgação dos dados de fevereiro nesta sexta-feira (14).
Desempenho positivo com ressalvas
O mercado registrou 356,2 mil licenciamentos nos dois primeiros meses do ano, o melhor resultado desde 2020. Em fevereiro, a média diária de emplacamentos foi de 9.248 unidades, alta de 19% em relação a janeiro. O desempenho foi impulsionado pelo calendário do Carnaval, que em 2023 ocorreu em março, diferentemente de 2022, quando a folia caiu em fevereiro, reduzindo dias úteis.
Outro destaque foi o crescimento de 39% nas vendas diretas (para frotistas e empresas), superando o varejo tradicional. Além disso, os importados mantiveram participação relevante, representando 21% do total comercializado no ano. O estoque subiu levemente, de 235,5 mil para 252,4 mil veículos, mas, segundo a Anfavea, ainda dentro de uma margem considerada saudável.
Juros recordes: o “vilão” do financiamento
Apesar dos números positivos, o custo do crédito preocupa. A taxa média de financiamento chegou a 29,5% em fevereiro, a mais alta desde o início da pesquisa da Anfavea, em julho de 2011. “Esse é o principal ponto de atenção. O custo elevado pode impactar diretamente as vendas, especialmente no varejo”, afirmou Lima Leite, destacando que a Selic, hoje em 13,25%, tende a subir ainda mais.
O cenário é paradoxal: a inadimplência está em níveis baixos – 4% para pessoas físicas e 2,6% para jurídicas –, mas os juros não refletem essa estabilidade. “Precisamos entender por que o crédito permanece tão caro. Vamos dialogar com a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] para buscar soluções”, completou o executivo.
Perspectivas em xeque
Enquanto o primeiro bimestre celebra a recuperação pós-pandemia, com produção em alta e estoques controlados, o futuro depende de como o setor financeiro e as políticas econômicas responderão aos desafios. Para a Anfavea, a manutenção do crescimento exigirá não apenas demanda aquecida, mas condições de financiamento viáveis para o consumidor final.
A reunião com os bancos, prevista para as próximas semanas, será crucial para definir se o mercado automotivo manterá o ritmo ou se os juros recordes começarão a frear as vendas ainda no primeiro semestre.
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