BYD atinge marco histórico no Brasil sem alarde e desafia montadoras tradicionais

RESUMO POR IA

A BYD atingiu mais de 108 mil veículos licenciados no Brasil desde 2022, ultrapassando 100 mil unidades negociadas no primeiro bimestre de 2024 sem alardes, apesar das críticas pelo volume de importações. Com 12 modelos, incluindo elétricos como o Mini Dolphin e a picape híbrida Shark, a chinesa já é a 9ª marca mais vendida no país (4% de participação), superando rivais como Nissan, Citroën e Peugeot. No segmento de passeio, alcançou 5,2% de market share, triplicando a marca francesa e ameaçando a Renault. Enquanto aguarda a produção nacional em Camaçari (BA), prevista para meados de 2024, mantém estoques de 40 mil veículos importados, reforçando sua estratégia agressiva em um mercado que acelera a transição para eletrificação.

A chinesa BYD alcançou um feito inédito no mercado brasileiro: ultrapassou a marca de 100 mil veículos negociados no país desde o início de suas operações, com um salto impressionante de 108,4 mil licenciamentos acumulados entre 2022 e fevereiro de 2024. O marco, que costuma ser celebrado com pompa pelas montadoras, foi tratado com discrição pela empresa, mesmo sob críticas de concorrentes locais pelo volume de importações.

Crescimento Acelerado e Estratégia Agressiva
Dos modestos “poucos centenas” de unidades importadas em 2022, a BYD acelerou sua presença no Brasil em 2024, respondendo por 75% de suas vendas totais no país apenas nos primeiros dois meses do ano. O impulso veio de modelos como o Mini Dolphin (elétrico de entrada), o sedã King e as novas versões dos SUVs Song e Yuan. A expansão do portfólio inclui 12 opções, entre elétricos e híbridos, incluindo a picape Shark, lançada no final de 2024, ainda em fase de introdução.

A variedade de modelos contrasta com a oferta de marcas estabelecidas. Peugeot e Citroën, por exemplo, comercializam apenas cinco modelos cada — com preços médios inferiores aos da BYD. Em números absolutos, a disparidade é ainda mais evidente: a chinesa emplacou 13,6 mil unidades no primeiro bimestre, contra 6 mil da Citroën e 4,3 mil da Peugeot.

Posicionamento no Ranking e Mercado de Passeio
A BYD encerrou 2024 como a 10ª marca mais vendida no Brasil, mas já subiu para a 9ª posição em 2024, com 4% de participação — à frente da Nissan (3,7%). No segmento de automóveis de passeio, seu desempenho é ainda mais relevante: 5,2% de market share, mais que o triplo da Peugeot e quase o dobro da Caoa Chery (que produz localmente). A marca ameaça agora a 8ª posição da Renault, que liderou por apenas 388 unidades no bimestre.

Estoques e Futura Produção Nacional
Enquanto aguarda a inauguração de sua fábrica em Camaçari (BA), prevista para meados do segundo semestre, a BYD mantém um estoque de cerca de 40 mil veículos importados — a maioria em concessionárias e portos. Em fevereiro, mais 5,5 mil unidades desembarcaram no Espírito Santo, com novos lotes a caminho. A produção local é aguardada para reduzir custos e pressões políticas, mas a empresa já revisou prazos anteriormente, deixando o setor em alerta.

Um Novo Cenário Competitivo
O avanço silencioso da BYD reflete uma mudança estrutural no mercado brasileiro, onde elétricos e híbridos ganham espaço rápido. Enquanto montadoras tradicionais ajustam estratégias para concorrer com a variedade e tecnologia chinesas, a BYD parece focada em consolidar seu domínio antes mesmo de “nacionalizar” sua produção. Resta saber se o ritmo se sustentará — e quantos concorrentes serão ultrapassados no caminho.

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