A Stellantis, detentora de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram, anunciou um prejuízo líquido de € 2,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, conforme dados preliminares divulgados nesta segunda-feira (21). O resultado contrasta com o lucro líquido de € 5,6 bilhões registrado no mesmo período de 2024. A receita global caiu 12%, totalizando […]
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A Stellantis, detentora de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram, anunciou um prejuízo líquido de € 2,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, conforme dados preliminares divulgados nesta segunda-feira (21). O resultado contrasta com o lucro líquido de € 5,6 bilhões registrado no mesmo período de 2024. A receita global caiu 12%, totalizando € 74,3 bilhões, ante € 85 bilhões no primeiro semestre do ano anterior, embora tenha superado os € 71,8 bilhões do segundo semestre de 2024.
O desempenho reflete os desafios enfrentados pelo novo CEO, Antonio Filosa, que assumiu em maio após a saída de Carlos Tavares devido a resultados fracos no mercado norte-americano.
O prejuízo foi atribuído a € 3,6 bilhões em encargos, incluindo € 3,3 bilhões em custos pré-impostos relacionados a cancelamentos de programas, como o projeto de células de combustível de hidrogênio, desvalorização de plataformas, ajustes às regulamentações de emissões nos EUA (CAFE) e reestruturação operacional. Além disso, tarifas impostas pelo governo Trump impactaram os resultados em € 300 milhões, devido à redução de remessas e cortes na produção de veículos importados, principalmente do México e Canadá, que representaram mais de 40% das 1,2 milhão de unidades vendidas nos EUA em 2024. As remessas globais no segundo trimestre caíram 6%, totalizando 1,4 milhão de veículos, com uma queda de 25% na América do Norte.
Desafios e Estratégias Sob Antonio Filosa
Antonio Filosa, que assumiu a liderança após 25 anos na empresa, enfrenta um cenário de reestruturação em meio a pressões externas, como tarifas de 25% sobre importações automotivas dos EUA e de 30% sobre veículos da UE (adiadas até 1º de agosto). A Stellantis suspendeu suas previsões de lucro para 2025 em abril devido a incertezas comerciais, optando por divulgar dados preliminares não auditados para alinhar as expectativas dos analistas. “Apesar de um primeiro semestre difícil, com ventos contrários crescentes, avançamos significativamente em relação ao segundo semestre de 2024,” afirmou Filosa em carta aos funcionários (Reuters, 2025-07-21).
A empresa cancelou o desenvolvimento de veículos comerciais a hidrogênio, citando um mercado de nicho e infraestrutura limitada, e redirecionou investimentos para híbridos na Europa, como o novo Fiat 500 híbrido de € 17.000, e modelos a combustão de grande porte nos EUA, como picapes Ram e SUVs Jeep. As remessas na Europa caíram 6% no segundo trimestre, impactadas pela transição de produtos, mas a produção de modelos “Smart Car” (Citroën C3, C3 Aircross, Opel/Vauxhall Frontera e Fiat Grande Panda) cresceu 45% em relação ao primeiro trimestre.
Enquanto a Stellantis enfrenta dificuldades globais, o mercado brasileiro vê a chegada de concorrentes como a Geely, que lançou o SUV elétrico EX5 por R$ 195.800–225.800, e a General Motors, que anunciou um SUV compacto a combustão em Gravataí (RS) para 2026, com preço estimado em R$ 100 mil, rivalizando com Fiat Pulse e Renault Kardian. A Stellantis, que lidera o mercado brasileiro com Fiat e Jeep, enfrenta pressão para renovar sua linha, especialmente após o desempenho fraco do Fiat Argo e Mobi, que perderam espaço para o Onix (Fenabrave, 2024). O Fiat Grande Panda, lançado na Europa, pode chegar ao Brasil como substituto do Argo, enquanto a Ram planeja novas picapes para 2026.
Repercussão e Próximos Passos
As ações da Stellantis caíram 2% em Milão, acumulando uma desvalorização de 37% em 2025. Analistas da JPMorgan veem sinais de recuperação no segundo semestre, impulsionada por novos modelos, enquanto a Bernstein elogiou as ações decisivas de Filosa, como a redução de estoques e o foco em híbridos.
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