Em 30 de abril de 1994, o circuito de Ímola presenciou um dos capítulos mais trágicos dos seus 74 anos de história no Mundial de Fórmula 1. O piloto austríaco Roland Ratzenberger, aos 33 anos, perdeu a vida em um terrível acidente durante a sessão de classificação para o Grande Prêmio de San Marino. Ratzenberger, pilotando pela Simtek, sofreu ferimentos fatais ao colidir contra o muro na curva Villeneuve, a uma velocidade aproximada de 314 km/h. Este incidente marcou a primeira morte na categoria desde Elio de Angelis em 1986, antecedendo a fatalidade de Ayrton Senna no dia seguinte no mesmo circuito.
Diferentemente de Ayrton Senna, com quem compartilhava o fim de semana fatídico, Ratzenberger teve uma trajetória única para chegar à Fórmula 1. Após competir em categorias como o Mundial de SportsCar e as Fórmula 3000 Japonesa e Britânica, Ratzenberger estreou na Fórmula 1 aos 33 anos, através da equipe Simtek. Fundada por Nick Worth, a equipe contava com o apoio de investidores notáveis como Jack Brabham e, anteriormente, Max Mosley, que se desvinculou ao assumir a presidência da FIA.
O carro, o S941, destacava-se por suas limitações, incluindo um câmbio completamente manual e um motor Ford menos potente em comparação com outras equipes. Ainda assim, Ratzenberger e sua equipe comemoraram o modesto sucesso de alinhar na última fila no GP do Pacífico, onde ele terminou em 11º lugar.
Na fatídica sessão de qualificação em San Marino, após uma tentativa de melhorar seu tempo, Ratzenberger sofreu um acidente crítico devido à perda da asa traseira. A violência do impacto, estimada em uma força G de 500G, causou lesões fatais, incluindo uma fratura na base do crânio. Declarado morto pouco depois de sua chegada ao hospital, sua morte deixou um impacto duradouro na comunidade de corrida.
Enquanto milhões lamentavam a morte de Senna, o velório de Ratzenberger foi relativamente discreto, com a presença de 250 pessoas. Max Mosley, então presidente da FIA, escolheu prestar suas homenagens em Salzburgo, destacando a importância de reconhecer todos os pilotos, não apenas os mais famosos.
