Um certo motorista enfrentou um aumento nas taxas de seu seguro automotivo após a divulgação de um extenso documento de 130 páginas. Esse relatório, elaborado ao longo de um semestre, catalogava meticulosamente as atividades de seu Chevrolet Bolt. A General Motors (GM) havia compartilhado essas informações confidenciais com a LexisNexis, uma conceituada corretora de dados, através da iniciativa OnStar Smart Driver. Este incidente foi destacado em uma matéria do The New York Times.
A reportagem do New York Times ressalta que esta prática não é exclusiva da GM. Outras grandes fabricantes de veículos, como Kia, Subaru, Mitsubishi, Ford, Honda e Hyundai, igualmente mantêm sistemas que podem rastrear e documentar os padrões de direção dos usuários. Essas informações podem ser facilmente acessadas e utilizadas para diversos fins, o que levanta preocupações significativas com a privacidade.
Não é à toa que, em uma declaração do ano anterior, a Fundação Mozilla identificou os veículos como a “pior categoria oficial de produtos no que diz respeito à privacidade”. Esse alerta traz à tona questões sobre até que ponto as informações dos motoristas estão protegidas e quais as implicações éticas dessa nova onda de monitoramento veicular. A crescente interconectividade entre veículos e tecnologias de informação coloca em xeque o direito à privacidade individual e desperta debates sobre as políticas de dados no setor automotivo.