O setor de autopeças brasileiro enfrenta um cenário desafiador em 2024, com o déficit comercial atingindo US$ 8,7 bilhões nos primeiros oito meses do ano, um aumento significativo de 29,4%…
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O setor de autopeças brasileiro enfrenta um cenário desafiador em 2024, com o déficit comercial atingindo US$ 8,7 bilhões nos primeiros oito meses do ano, um aumento significativo de 29,4% em comparação com o mesmo período de 2023. Este resultado é fruto de uma combinação de fatores, incluindo a retração nas vendas para a Argentina e o aumento das importações da China.
De acordo com dados divulgados pelo Sindipeças, as exportações do setor somaram US$ 5 bilhões até agosto, representando uma queda de 19% em relação ao ano anterior. Em contrapartida, as importações cresceram 6,1%, alcançando US$ 13,7 bilhões no mesmo período.
A Argentina, principal destino das autopeças brasileiras, reduziu suas compras em 25,1%, adquirindo US$ 1,7 bilhão no acumulado dos oito meses, contra US$ 2,28 bilhões em 2023. O Sindipeças atribui essa queda ao agravamento da recessão no país vizinho, onde o PIB recuou 1,7% no segundo trimestre e a produção de veículos caiu 23,7% até agosto.
Outros mercados importantes também apresentaram retrações. As vendas para os Estados Unidos diminuíram 5,3%, totalizando US$ 889,2 milhões, enquanto as exportações para o México recuaram 2,8%, chegando a US$ 600,7 milhões.
No lado das importações, destaca-se o crescimento expressivo das compras da China, que aumentaram 22,8%, atingindo US$ 2,43 bilhões. Este valor coloca o país asiático como o principal fornecedor de autopeças para o Brasil, superando tradicionais parceiros como Estados Unidos e Alemanha. As importações dos EUA, por sua vez, caíram 9,5%, enquanto as da Alemanha permaneceram praticamente estáveis.
O Sindipeças expressa preocupação com a tendência de alta nas importações, que registraram aumento de 9% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano anterior e de 2,2% em relação a julho.
A entidade menciona que a recente decisão do governo argentino de reduzir a alíquota do imposto PAIS (Por uma Argentina Inclusiva e Solidária) de 17,5% para 7,5% nas importações feitas pelo “câmbio oficial” poderá trazer algum alívio, mas seus efeitos práticos só serão sentidos nos últimos quatro meses do ano.
Este cenário desafiador para o setor de autopeças brasileiro evidencia a necessidade de estratégias para diversificar mercados de exportação e aumentar a competitividade frente às importações, especialmente diante do crescente fluxo de produtos chineses.
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