Caros leitores, digníssimas leitoras: na semana passada, o digníssimo presidente da Argentina referiuse aos cidadãos mexicanos e brasileiros como “indígenas” e “selvagens”, respectivamente. A nossa primeira impressão foi: Ufa! Histórico…
Venha fazer parte do nosso grupo do Whatsapp e receba em primeira mão as notícias do momento!
Caros leitores, digníssimas leitoras: na semana passada, o digníssimo presidente da Argentina referiuse aos cidadãos mexicanos e brasileiros como “indígenas” e “selvagens”, respectivamente. A nossa primeira impressão foi: Ufa! Histórico de presidentes esdrúxulos não é algo exclusivo só do Brasil! O que, num primeiro momento, nos deu um certo alívio…
Mas depois entrou aquele conceito de pai: “… peraí…o meu filho até pode ser feio, MAS SÓ “EU” POSSO CHAMÁ-LO DE FEIO…”
E aí nos perguntamos: “quem é a Argentina na fila do pão?”
OK… eles são muito melhores do que a gente quando falamos em: Alfajor; doce de leite; churrasco (às vezes) e vinhos (neste último, o pessoal da Randon vem dando o troco para a gente).
Mas, entrando na nossa seara (o setor automotivo), voltamos ao questionamento:
E aí o que fizemos? Primeiramente, levantamos os dados de produção de veículos dos três países na última década:
Quando falamos de fabricantes de veículos – mundialmente-, notamos que, enquanto o mundo vinha num crescimento de 2011 até 2018, a produção de veículos na Argentina vinha caindo tanto quanto o Vasco. OK, o ano de 2020 foi “um ano atípico”; mas um comparativo do ano de 2020 sobre 2011, mostra que a Argentina registrou queda (em uma década) de quase 70% na produção de veículos; o Brasil apresentou retração de 41%; e o mercado Mexicano cresceu 19%, enquanto o mundo se retraiu 3%.
A produção de veículos na Argentina corresponde por apenas 0,3% da produção Global de veículos (ou seja, praticamente nada, ou então, seriam considerados aquela nossa “perda fabril”, que existe em qualquer negócio). O México é detentor de 4% da produção Global; enquanto os tupiniquins representam quase 3%.
O interessante em analisarmos esses dados é termos um panorama de como cada país se destaca no mercado global de veículos. E aí fizermos um comparativo da produção com o volume de vendas. E encontramos aqui, os três tipos clássicos do mercado automotivo.
O mercado mexicano é aquilo que gostaríamos de ser! Ele é um exportador nato de veículos! A sua indústria é voltada para o mercado exterior (entenda-se Estados Unidos). Na teoria, em cada 3 carros fabricados no México, apenas 1 fica no mercado doméstico.
Em teoria, o mercado interno brasileiro é autossuficiente. É como se todos os carros produzidos aqui ficassem para o mercado interno. O que é interessante pelo tamanho do mercado consumidor brasileiro, mas ser um “México” seria economicamente mais interessante.
Bem, se temos um mercado plenamente “exportador” como o do México, um auto suficiente como o Brasileiro, lógico que o que falta é ter aquele mercado que é uma bomba… Ou seja, não consegue atender o mercado interno e, logicamente, nem o externo!
De cada 100 carros vendidos na Argentina, eles só possuem capacidade de atender 78. A diferença tem que ser importada.
Em resumo, no setor automotivo o México vai goleando tanto a Argentina quanto o Brasil. Já o mercado brasileiro, não é assim nenhuma “Brastemp”, mas vai indo. Já lá na Argentina, vocês podem comprar o doce de leite deles, sem medo! Parece que os selvagens e os indígenas sabem remar melhor do que aqueles que vieram de barco…
E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.
Ou me segue lá (onde eu sou menos perdido) no Facebook, Instagram, Linkedin e Twitter.
Raphael Galante
É economista, trabalha no setor automotivo há 14 anos e atua como consultor na Oikonomia Consultoria Automotiva.
Deixe um comentário