Opinião - 24 de junho de 2021

A cigarra, a formiga e a curiosa semelhança com o segmento de revenda de veículos no Brasil

Não é novidade que estamos passando um período ímpar na revenda de carros no Brasil. O país está praticamente sem carros 0km (fábricas parando suas produções no ano de 2021…

Por: Redação
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Não é novidade que estamos passando um período ímpar na revenda de carros no Brasil. O país está praticamente sem carros 0km (fábricas parando suas produções no ano de 2021 de forma constante) e, por conta disso, os consumidores de veículos 0km migrando para os usados e seminovos no momento da troca de seus carros.

A fonte de carros para alimentar o estoque das revendas (lojas, garagens, etc) do Brasil sempre veio dos veículos usados que eram dados como parte de pagamento nos veículos 0km nas concessionárias. As concessionárias recebiam os usados como parte de pagamento e ficavam, em média, com 20% desses apenas em seu estoque para vender aos clientes finais como veículos usados. Os 80% restantes eram encaminhados aos revendedores como forma de fazer capital rápido e poderem seguir capitalizadas para cumprir as cotas de carros impostas pelos fabricantes/montadoras.

Ocorre que, com a mudança do mercado nos tempos de pandemia, um efeito cascata devastador tem sido percebido: as fábricas/montadoras não estão produzindo com sua capacidade máxima, com isso as concessionárias estão sem ou com baixíssimo estoque de veículos 0km e, por conseguinte, os veículos usados que entravam nas trocas como parte de pagamento e que alimentavam as revendas de usados em todo país não mais estão entrando. O resultado disso você já deve estar imaginando, prezado leitor… sobraram poucos carros usados para muitos revendedores e repor o estoque das lojas/revendas passou a ser uma atividade desafiadora, beirando o impossível.

E a famosa lei da oferta e da procura não falha nunca! Se existe muita oferta e pouca procura, os preços tendem a cair. Mas se existe muita procura e pouca oferta, os preços tendem a subir. E é isso que vivemos no Brasil em 2021, preços subindo praticamente mensalmente e veículos ficando cada vez mais caros.

E essa situação tem trazido um verdadeiro desastre econômico para o mercado. Diversas concessionárias e lojas estão tendo que fechar as portas em todo Brasil e, as que seguem abertas, estão precisando se reinventar na marra para manterem-se vivas. Enquanto tudo estava ótimo, dificilmente víamos as feridas sangrando, mas quando as coisas vão mal, quando o jogo vira, normalmente as ineficiências ficam mais evidentes.

Muitos do mercado não aproveitaram os anos de bonança para se capacitar, ainda na esperança de que os momentos de fartura nunca acabassem. Não foi a primeira vez que nos deparamos com essas atitudes, e, infelizmente, não será a última. A famosa fábula “A Cigarra e a Formiga”, atribuída ao escritor Esopo, falecido no ano de 564 A.C. (Antes de Cristo), já nos trazia a necessidade de nos prepararmos para períodos futuros, ao invés de apenas nos rendermos as maravilhas ofertadas pela vida. A fábula já deixava claro que tempos difíceis poderiam ocorrer e que a sobrevivência nestes períodos seria consequência do esforço feito durante o período de fartura.

A fartura no setor de revenda de veículos acabou, poucos foram os que se prepararam para os tempos difíceis buscando se capacitar e se tornar profissionais mais completos e preparados, e agora que o cenário mudou muitos estão agonizando.

Muitos querem mudanças, poucos querem mudar! Uma frase famosa que cai como uma luva ao analisarmos a dificuldade que muitos players do setor estão enfrentando agora. Que o difícil momento atual seja escola para que os períodos difíceis que teremos que enfrentar sejam menos amargos e mais doces!

Conte comigo, estarei aqui para ajudar! Me manda um e-mail para granaecarro@gmail.com ou escreve aqui nos comentários.

Erick Winston – Grana & Carro
Apaixonado por carros. Esta poderia ser a frase para definir Erick Winston. Advogado formado pela UFRJ, com especialização em Gestão Empresarial na mesma universidade, diplomado pela Escola Superior de Guerra, instituição do Ministério da Defesa – Governo Federal.

#Opinião #ErickWinston #Seminovos
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