MERCADO - 16 de setembro de 2024

Montadoras pedem adiamento das metas de emissões

A indústria automotiva europeia enfrenta um momento crítico. Pressionadas pela baixa demanda por veículos elétricos, as montadoras do continente estão solicitando o adiamento, por no mínimo dois anos, das metas de emissões de CO2 estabelecidas pela União Europeia para 2025. De acordo com as normas atuais, a frota de veículos novos em 2025 deve emitir, […]

Por: Kryzalis
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A indústria automotiva europeia enfrenta um momento crítico. Pressionadas pela baixa demanda por veículos elétricos, as montadoras do continente estão solicitando o adiamento, por no mínimo dois anos, das metas de emissões de CO2 estabelecidas pela União Europeia para 2025.

De acordo com as normas atuais, a frota de veículos novos em 2025 deve emitir, em média, 95 gramas de CO2 por quilômetro, uma redução significativa em relação aos 106,6 gramas registrados em 2023. As fabricantes argumentam que esse índice é inatingível no prazo estipulado, dada a estagnação nas vendas de modelos não poluentes.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (Acea) alerta para possíveis multas que podem chegar a €16 bilhões, caso as metas não sejam cumpridas. Para evitar essas penalidades, os veículos elétricos leves deveriam representar entre 20% e 22% das vendas no bloco. Contudo, a realidade mostra que essa participação não tem ultrapassado os 15%.

Hans Dieter Pötsch, presidente do Grupo Volkswagen, maior montadora europeia, não descarta medidas drásticas como o fechamento de fábricas e redução de pessoal na Alemanha. “A mobilidade elétrica é o futuro, mas os políticos estipularam metas à indústria sem que a infraestrutura necessária estivesse disponível e sem considerar se os clientes estarão juntos nessa caminhada”, declarou.

A Acea aponta a falta de infraestrutura de carregamento, reabastecimento de hidrogênio, ambiente de produção competitivo e incentivos fiscais como obstáculos para a adoção em massa de veículos de emissão zero. Caso as metas sejam mantidas, o setor prevê uma redução de 2,5 milhões de unidades na produção total, ameaçando milhares de empregos.

Luca de Meo, CEO da Renault e presidente da Acea, faz um apelo por “um pouco de flexibilidade” da União Europeia. “A velocidade de crescimento do mercado de elétricos é a metade do que precisaríamos para atingir os objetivos que nos permitiriam não pagar multas”, afirmou em entrevista.

Diante desse cenário desafiador, De Meo sugere que as montadoras europeias considerem parcerias com concorrentes chinesas, que têm ganhado terreno no mercado europeu com veículos elétricos a preços competitivos.

A indústria automotiva europeia se encontra, portanto, em uma encruzilhada. De um lado, as ambiciosas metas ambientais; de outro, a realidade econômica e as limitações do mercado. O desfecho dessa situação poderá moldar o futuro da mobilidade no continente e além.

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