O equilíbrio desejado pela FIA (Federação Internacional do Automobilismo) realmente aconteceu no Grande Prêmio de Mônaco, disputado no último domingo, com os quatro primeiros classificados formando uma fila indiana por…
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O equilíbrio desejado pela FIA (Federação Internacional do Automobilismo) realmente aconteceu no Grande Prêmio de Mônaco, disputado no último domingo, com os quatro primeiros classificados formando uma fila indiana por Sérgio Perez, Carlos Sainz, Max Verstapen e Charles Leclerc, integrantes das equipes Red Bull e Ferrari, que terminaram a prova com diferença de apenas 5 segundos e meio entre o vencedor e o quarto colocado.
Realmente, o equilíbrio causou expectativa ao público presente na pista e em todo o mundo pela TV porque não me lembro, ao longo de tantos anos de Fórmula 1, de uma diferença tão pequena entre os quatro primeiros.
É verdade que o equilíbrio valorizou o espetáculo, mas o público esperava um lance fantástico por algum dos quatro primeiros, como os demonstrados no passado por Ayrton Senna, Nelson Piquet, Nigel Mansell e Alain Prost que protagonizaram lances realmente empolgantes, no afã de surpreender quem estivesse na frente.
Em lugar de disputa, os quatro pilotos se acomodaram mantendo um veloz mas tranquilo desfile, como se estivessem satisfeitos com o resultado, frustrando os que realmente desejavam um lance de ousadia, coragem e verdadeira vontade de vencer. Em suma, um final que decepcionou e também me fez lembrar e sentir saudade de Wilsinho Fittipaldi e Bird Clemente na condução das berlinetas e de Paulo Gomes, na condução dos Maverick, da equipe Ford, e dos Chevrolet-Opala da categoria Stock Car. Um piloto de têmpera.
E ao abordar ousadia, coragem e vontade de vencer, lembrei do Prêmio de Mônaco de 1972, há 50 anos, quando o francês Jean-Pierre Beltoise fez desse importante Grande Prêmio a única vitória que obteve na Fórmula 1 em sua carreira.
Nessa corrida, Beltoise fez o que o público esperava que Carlos Sainz e Charles Leclerc, os defensores da Ferrari, fizessem, na tentativa de superar Sérgio Perez e Max Verstapen.
O grid da prova foi formado por Emerson Fittipaldi, Jacky Ickx, Clay Regazzoni
Para recordar o que aconteceu há exatos 50 anos, no dia 14 de maio de 1972, um pouco antes da largada, Mônaco enfrentou uma verdadeira tempestade e o piloto francês, sem um entusiasmante histórico em sua carreira estava ciente de que enfrentaria na pole position, o jovem Emerson Fittipaldi; Jacky Ickx, da Ferrari, segundo no grid e com a fama de Rei da Chuva, por seus desempenhos em pista encharcada, e Clay Regazzoni, também da Ferrari.
Em quarto lugar no grid, enquanto Emerson, Ickx e Regazzoni largaram preocupados em assimilar as intempéries da pista praticamente alagada, Beltoise os surpreendeu com uma largada empolgante e corajosa, consciente dos perigos da pista sob a tempestade com muita ousadia, assumindo a liderança e deixando em seu rastro a névoa provocada pelo contato dos pneus com a pista encharcada que atrapalhava a visibilidade dos adversários. Foi a única vitória de Jean-Pierre Beltoise e a última da equipe BRM na Fórmula 1.
A vitória em Mônaco foi o melhor desempenho de Beltoise no automobilismo, e com a vitória em Mônaco, mostrou a importância da ousadia e da coragem na prática esportiva e em todas as atividades. Ele colocou uma volta no terceiro colocado, Émerson Fittipaldi, e duas no quarto, Jackie Stewart.
Fora das pistas, Beltoise escreveu um livro com o título “É proibido morrer”. Em 2015, o piloto faleceu aos 78 anos de idade, vítima de um AVC.
Texto: Muito além de rodas e motores / Crédito das imagens: Arquivo Internet
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