Os fãs do belga Max Verstappen e do inglês Lewis Hamilton terão um fim de semana frenético com a decisão do Campeonato Mundial da Fórmula 1, que acontecerá domingo em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Para atrair as atenções de quem gosta de esportes parece até fazer parte do show o fato de com tantas variáveis oferecidas por um campeonato de 22 etapas, os dois tenham chegado à corrida final com o mesmo número de pontos: 369,5! Um equilíbrio que jamais aconteceu na Fórmula 1.
Essa igualdade de pontuação torna a edição de 2021 a mais empolgante da história. A decisão no fim de semana aumenta a importância entre os principais protagonistas e cria uma expectativa de muita emoção para o encerramento da temporada.
Esse fato me faz lembrar de duas decisões que envolveram os pilotos brasileiros, ambas em pistas dos Estados Unidos, e nas quais saímos vencedores.
A primeira foi no dia 6 de outubro de 1974, no Grande Prêmio disputado em Watkins Glen, em que Emerson Fittipaldi sagrou-se campeão pela segunda vez. Ele chegou à decisão com desvantagem de apenas um ponto para o suiço Clay Regazzoni, da equipe Ferrari, que somava 52 pontos. Também o sul-africano Jody Scheckter, com 45 pontos, tinha condições de ser campeão, dependendo do resultado da prova.
Sempre cuidadoso e analista dos acontecimentos, fez uma corrida tranquila, concentrando sua preocupação em Regazzoni e terminou em quarto lugar, atrás do argentino Carlos Reutemann, de José Carlos Pace, ambos com Brabham Ford, e de James Hunt, com Hesketh-Ford. Regazzoni teve de parar no box e chegou em decimo-primeiro.
Com esse resultado, Emerson terminou com 55 pontos. Regazzoni foi o vice-campeão, com 52, e o sul-africano Jody Scheckter ficou em terceiro lugar com 45 pontos.
A segunda decisão foi a do título mundial 1981, também nos Estados Unidos, no circuito de Las Vegas, e envolveu três pilotos em condições de ganhar o campeonato: o argentino Carlos Reutemann, com 49 pontos; o brasileiro Nelson Piquet, com 48 e o francês Jacques Laffite, com 43. E, Piquet conquistou o seu primeiro título na Fórmula 1.
As provas de classificação indicaram que Carlos Reutemann estava muito bem, por ter conquistado a pole-position, com a que foi considerado o favorito. Depois do treino, entretanto, Piquet cumpriu o gesto elegante de cumprimentá-lo pelo resultado, mas completou a saudação com um comentário de muita irreverência: “amanhã vou passar por cima de você!”. E cumpriu o que prometeu, transmitindo o desânimo para o argentino que o fez terminar a corrida na oitava posição e com uma volta a menos que os primeiros classificados.
Para a corrida deste final de semana, com a natural convivência familiar é possível que Max Verstappen tenha assimilado alguma irreverência de Piquet e, talvez possa adotar uma estratégia que consiga desestabilizar ou minar um pouco a autoconfiança de Lewis Hamilton.
Texto: Muito além de rodas e motores / Crédito das imagens: Getty Images e Arquivo Internet
