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O triste fim das montadoras americanas

Caros leitores; digníssimas leitoras: encerrado o primeiro semestre do ano, seguimos a máxima de Winston Churchill: “…entre mortos e feridos, salvaram-se todos…”

No setor automotivo, as vendas de carros novos alcançaram a marca (no mês de junho) de 169,6 mil veículos vendidos. Registrando crescimento de 38% sobre o mesmo período do ano passado, quando tivemos 122,7 mil carros vendidos.

O lado positivo de tudo isso foi que o setor ultrapassou a marca de 1 milhão de veículos vendidos neste primeiro semestre. Uma evolução de quase 32% sobre o primeiro semestre do ano passado, quando tivemos 763 mil carros vendidos.

E quais foram os destaques neste primeiro semestre do ano?

Bom… como já havíamos comentado, o nicho de mercado que mais cresceu foi o de SUV’s – agora, os SUV’s já vendem mais que carros populares no Brasil. O ponto central aqui é que grande parte das montadoras estão indo atrás de nichos de mercado mais rentáveis, como o de SUV’s. Outro ponto é que, em geral, o brasileiro médio (nos últimos anos) ficou cada vez mais pobre, o que o afastou cada vez mais do carros “popular” de entrada.

Entre os carros mais vendidos, temos como a grande surpresa, a picape pequena da Fiat – o nosso Fiat “pato” Strada! O antes onipresente GM/Onix (devido a falta de semicondutores), está na quarta posição e caindo…

Mas o grande destaque dos últimos tempos é a mudança do Share das montadoras.

E aqui, fazendo uma analogia com a obra de Lima Barreto, o que presenciamos é “o triste fim das montadoras americanas” no mercado brasileiro.

O que aconteceu? Primeiro foi a Ford, que “picou a mula”, e depois temos a GM que (neste ano) definhou de uma maneira nunca vista!

Se num passado (não tão distante) as duas marcas correspondiam por 30% das vendas de veículos (ano de 2010), elas encerraram o mês de junho com 8% do mercado.

No caso da Ford, marca que tinha os seus 10% de Share cativo, fechou o mês de junho com participação de mercado de 1,2% (e caindo). O prognóstico da marca é (com aquela muito boa vontade) deter 1% do mercado nacional. Na real, a Ford vai ser mais uma daquelas marcas onde o Share será “traço”, já que mal conseguirá chegar a 1%. Afinal de contas, concorrer no mercado de luxo dos SUV (com Edge e Bronco); entrar numa briga de faca no segmento de picapes contra Toyota Hilux e Fiat Toro e ainda se manter com 1% de Share, tá parecendo mais o 13º trabalho de Hércules.

Já no caso da GM, o impacto da falta dos semicondutores foi brutal para a marca. Ela, que já registrou 20% de Share, fechou o mês de junho com menos de 7%. E, como o pessoal da GM recentemente veio a público dizer que a produção do ONIX deverá voltar somente em agosto, teremos um julho sombrio para a marca.

Já o Share combinado das duas marcas ficou assim:

Encerrar o mês de junho com 8% de Share é um triste retrato das marcas americanas que já representaram 1/3 do mercado interno brasileiro.

Mas, se existem marcas que estão ladeira abaixo, logicamente que sempre tem alguém que está jogando a pá de cal sobre elas. E o nosso campeão do momento é o grupo STELLANTIS. O grupo encerrou o mês de junho com a incrível marca de quase 38% do mercado doméstico!

Gente… mandamos o estagiário aqui tentar achar quando tivemos algo parecido na história do setor e não encontrarmos nada! Ou seja: “nunca antes na história desse país” um grupo automotivo teve uma predominância tão grande no mercado interno.

Na verdade, quando fazemos uma analogia da evolução do recém criado grupo: Fiat -> FCA -> STELLANTIS, notamos que isso foi a salvação da lavoura para os carcamanos da Fiat:

Logicamente que esse resultado não será eterno (vamos ver como a GM operará a partir de agosto), mas a liderança do mercado deste ano SERÁ da Fiat sem sombra de dúvidas.

Para finalizar o nosso post, vamos dar continuidade e saber como foi o desempenho das ações das empresas listadas na B3, onde o foco central é o mercado automotivo?

Antes de começarmos, vamos aos nossos avisos legais, de novo: primeiramente, eu não sou a Bettina. Para começar, antes de ela vir para a Terra, passou na fila da beleza umas três vezes, enquanto este vil estagiário passou correndo por ela. Também não sou uma subcelebridade do Instagram que promete te deixar rico fazendo day-trade. Quem acompanha nossa coluna, sabe que temos um humor extremamente ácido e adoramos colocar “fogo no parquinho”. Mas para tudo existe um limite. Ou seja: não vou te vender relatório ou análise de investimentos, nem te ensinar a operar day-trade. Muito menos vou vender os “feijõezinhos mágicos”. Apenas empresas credenciadas podem publicar esses documentos, que devem ser feitos por um analista credenciado e competente (já o estagiário… ele quase foi reprovado pelo Mobral).

A nossa carteira fechou o mês de junho com valorização de 9,1% contra um IBOVESPA na casa de 0,46%. No acumulado do ano (fevereiro a junho) registramos evolução de 45,48% contra um IBOVESPA na casa dos 10%.

O destaque em junho, da carteira das empresas voltadas para o setor automotivo, foi o salto de 25% na Marcopolo (devido ao programa “caminho da escola”, onde ela fornecerá 3,9 mil ônibus), juntamente com a Plascar que registrou alta de 20%, reflexo do bom resultado no primeiro semestre do setor automotivo.

Fazendo a analise individual das empresas que compõem o índice, temos a Plascar como campeã absoluta, com crescimento superior a 300% (sim, eu sei… a maioria das empresas que compõem o nosso índice não possui a devida liquidez. Mas, “C’est la vie”); a Vamos e o pessoal da Mahle, com crescimento médio de 75%. Essas três empresas que puxam para cima o nosso índice. Outras 4 empresas estão performando melhor que o Ibovespa; E duas estão no negativo: a primeira é a Tegma (e a gente não sabe o que vai dar com a possível fusão com o pessoal do Julinho). E, por fim, na lanterna do nosso índice, temos a Randon, puxando o nosso índice para baixo com resultado negativo de 6%, mas a gente não liga muito… mas se eles mexerem no preço dos vinhos do seo Raul (RAR), ai o negócio vai ficar feio…

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante
É economista, trabalha no setor automotivo há 14 anos e atua como consultor na Oikonomia Consultoria Automotiva.

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