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Em ano de pandemia, lucratividade do varejo automotivo aumenta 50%

Caros leitores, digníssimas leitoras: recebemos neste mês a edição do VALOR 1000. Onde o pessoal de lá faz aquele “catadão” de balanços e joga de forma bem sintética os principais indicadores das 1000 maiores empresas (só daquelas que divulgam balanço).

Lógico que o paranuê não é assim nenhuma Brastemp…mas é o que temos para hoje!

E aí, o que a gente decidiu olhar?

Elementar, meu caro Watson! As empresas do setor automotivo!

Num primeiro momento a gente foi olhar o resultado das montadoras – mas, como falamos, o relatório não é nenhuma Brastemp! Vendo os dados da: VW; FCA e Honda, por exemplo, temos os dados de Receita Líquida e só!

Ou seja, não serve para nada!

Menção honrosa para a Renault que foi a montadora que divulgou uma quantidade significativa de informações.

Mas como uma andorinha só não faz verão, pulamos para a análise dos resultados das concessionárias. Apenas para título de informação, a margem EBTIDA da Renault no ano passado foi de 2,34%, o que é um bom resultado!

E qual foi o resultado das concessionárias de veículos?

Antes de fazer uma análise e apresentar o resultado, vamos a alguns esclarecimentos:

O setor automotivo (no caso as concessionárias), está passando por um processo de darwinismo. Ou seja, os mais fracos estão sendo aniquilados! E aqueles que conseguem sobreviver, estão se transformando em grandes grupos. Por exemplo, pelo Valor 1000, o maior grupo de concessionárias é o Grupo Saga, que ocupa a posição 150º. Para efeito de comparação, o Mc Donald’s aparece na posição 171º (e não é golpe!).

A grande sacada do setor é focar na concentração das concessionárias em grandes grupos econômicos, gerando ganho de escala e por consequência, lucratividade. Aquele pequeno empresário com 1 ou 2 lojas se encontra na alça de mira, e o fim deles será breve!

No ano de 2020, com a PANDEMIA, o setor de concessionárias de veículos viveu uma situação de terra arrasada! Onde tivemos uma quantidade de “n” lojas que literalmente quebraram!
Mas neste ramo (como em outros) aqui é tudo alça de caixão! Um sai, entra outro para carregar! E aí os grandes grupos são os privilegiados.

E qual foi o resultado médio do ano de 2020, para os 13 principais grupos de concessionários no Brasil (aqueles do Valor 1000)?

Eles fecharam o infame ano de 2020 com uma margem Ebtida de 6,9%. No ano de 2019, esse resultado foi de 4,5%. Ou seja, um aumento de 51,6% no seu resultado percentual.

Só para relembrar e ilustrar: a Renault teve Ebtida de 2,34%.

Um ponto interessantíssimo aqui é que, os três principais grupos quem possuem os melhores resultados estão voltados para o setor de veículos pesados (caminhões). Os grupos Nórdica e Suécia comercializam caminhões Volvo, e a Rodobens é o maior revendedor de caminhões Mercedes Benz. E, de lambuja, o quarto também é do segmento de pesados, mas focado no agronegócio (máquinas agrícolas).

Se você acompanha a gente aqui há um tempo, sabe que o estagiário vendeu o seu Fiat “bomba” Marea e investiu tudo montando uma carteira de ações voltada por setor automotivo. Apesar do resultado da carteira estar por volta de 48% de ganho, os papeis da POMO4 e da RAPT4 estão decepcionando! E vendo todo o resultado em torno do mercado de veículos pesados (como os exemplos acima), ainda assim, apostamos num resultado melhor para o 2021 e 2022.

O que apuramos junto ao pessoal que compõe esse nosso TOP3 é de que: Se 2020 foi bom, 2021 será melhor! E com certeza em 2022 todos irão “lavar a égua”, como há muito tempo não o faziam!

Outro ponto interessante é: Em 2018, tínhamos 7 empresas no TOP1000 do Valor e esse número saltou para 13 em 2020.

Poderíamos até falar que o número de empresas dobrou se considerarmos o grupo Águia Branca (concessionário Jeep; Toyota e Mercedes Benz), mas não seria justo, uma vez que ele entrou no ranking do valor como empresa de Transporte e Logística (que é o principal negócio deles).

Mas a evolução é notória, e esse número tenderá a crescer cada vez mais nos próximos anos.

O que a pandemia acelerou foi o processo de M&A, de concessionárias e de forma considerável!

Lá na terra do Tio Sam, por exemplo, o processo de M&A em 2020 foi recorde histórico e em 2021 deveremos ter um novo recorde!

O volume de M&A de concessionárias nos últimos 4 trimestres movimentou algo próximo a US$ 4,5 bilhões.

Esse processo de M&A acelerou-se durante a pandemia. Como houve um enxugamento generalizado nas despesas administrativas, o mercado automotivo (tanto o americano, quanto o brasileiro), conseguiram melhorar as suas margens operacionais – e aí, com mais dinheiro em caixa, o pessoal foi às compras!

E aqui em terras tupiniquins?

Bom… a gente está no BraZil, e obter informações é uma coisa árdua! Mas aí fomos atrás da DBK, que é a primeira empresa que assessora os concessionários no processo de M&A.

Conversando com Ricardo Costin, CEO da DBK, conseguimos ter uma outra visão sobre a dinâmica de M&A que vem acontecendo no mercado brasileiro, além das que já tratamos acima:

“…O mercado de concessionárias está muito comprador, e várias empresas menores sem sucessão estão nos procurando para aproveitar o momento e vender…”

Ele ainda nos disse que dentro da breve história da DBK, a empresa realizou mais de 32 negócios de M&A para concessionárias de todo o Brasil e segmentos (autos, motos, caminhões e máquinas agrícolas). E as perspectivas são mais otimistas ainda! A previsão do Ricardo é de que a DBK, apenas neste último trimestre do ano, feche-o com mais de R$ 70 milhões em M&A.

Mas lembrando apenas, que essa é a fotografia daquele pessoal mega-estruturado e gigante! Os pequenos empresários sofreram horrores!

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante
É economista, trabalha no setor automotivo há 14 anos e atua como consultor na Oikonomia Consultoria Automotiva.

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