O Apple CarPlay Ultra finalmente estreou, mas a maioria das montadoras desistiu da parceria. Descubra por que o ambicioso sistema da Apple enfrenta resistência no mercado automotivo.
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Três anos após a ambiciosa promessa de transformar o painel dos carros, a versão ampliada do CarPlay, conhecida como CarPlay Ultra, finalmente fez sua estreia. No entanto, o lançamento ocorreu de forma discreta e bem diferente do que a Apple imaginava. Desde maio, apenas a Aston Martin adotou a tecnologia, que foi projetada para assumir o controle de todas as telas de um veículo.
A expectativa era que o CarPlay Ultra estivesse disponível em vários carros já em 2023. Contudo, em meados de 2025, a realidade é outra. Segundo o Financial Times, muitas das grandes montadoras originalmente listadas como parceiras da Apple parecem ter mudado de ideia. Marcas de peso como Mercedes-Benz, Audi, Polestar e Volvo estariam entre as que abandonaram os planos de integrar o novo sistema.
A Renault foi ainda mais direta, supostamente avisando a Apple para “não tentar invadir seus sistemas”. Já a Ford e a Nissan, juntamente com suas marcas de luxo, que antes eram consideradas potenciais apoiadoras, optaram por não comentar o assunto.
O motivo por trás dessa retração não é difícil de entender. Em um mercado onde as telas dos veículos se tornaram uma nova e lucrativa mina de ouro para os fabricantes, entregar o controle total desses sistemas a uma “big tech” pode ser visto mais como uma invasão de território do que como uma parceria colaborativa. A General Motors é um exemplo extremo dessa postura: a montadora simplesmente aboliu o CarPlay (e o Android Auto) em seus modelos, optando por desenvolver soluções de infoentretenimento totalmente próprias.
Apesar das recusas, algumas montadoras ainda veem vantagem em oferecer aos consumidores o que eles realmente querem. Porsche, Hyundai, Kia e Genesis permanecem comprometidas com o CarPlay Ultra, mesmo sem terem feito parte da lista original de parceiros divulgada pela Apple.
O raciocínio dessas marcas é direto: se os motoristas se sentirem atraídos pelas funcionalidades e pela interface do CarPlay Ultra, a resistência será mínima. A pressão e a demanda dos consumidores costumam ter um peso considerável, especialmente considerando que bilhões de iPhones já estão em circulação globalmente.
Nesse cenário de disputa pelo domínio das telas automotivas, a Apple continua em uma posição confortável. O grande prêmio é a atenção – e os dados – dos usuários, que são cedidos prontamente a cada conexão, seja ela por cabo ou sem fio. A batalha pela experiência digital dentro dos carros está apenas começando.
Será que a pressão dos consumidores será suficiente para fazer com que mais montadoras cedam ao apelo do CarPlay Ultra no futuro?
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